quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Resenha do capítulo zero do livro O nada que existe

Livro: O nada que existe: Uma história natural do zero.
Autor do Livro: Robert Kaplan
Resenha do capítulo zero do livro O nada que existe
Autora da resenha: Schirlei de Macedo Braga
Acadêmica do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade de Caxias do Sul, RS.

Robert Kaplan foi o fundador do The Macth Circle (programa aberto ao público para o desfrute da matemática pura) em 1994 e também professor de filosofia, grego, alemão, sânscrito e professor de matemática da Universidade de Harvard. Quando Roberto escreveu “O nada que existe”, tinha como intenção mostrar ao leitor a origem do número zero e o que exatamente ele significa, segundo ele, o zero nos permite ver a evolução da matemática como ferramenta para entender o universo. Para Kaplan, a história do zero nos revela verdades sobre a natureza da matemática e também dos próprios seres humanos.
O nada que existe contem duzentas e sete páginas. A obra se divide em dezessete capítulos, iniciando no capítulo zero até o dezesseis. Cada capítulo trás uma parte da história do número zero, mostrando a mudança dos símbolos desde a época dos sumários até a atualidade. Neste trabalho só vai ser resenhado o capítulo zero, ou seja, o primeiro capítulo, que está nas páginas 15 a 17.
O capítulo zero: A lente.
No início do capítulo somos instigados pelo autor, a olhar o zero de uma maneira diferente, não apenas como o “nada”, mas olhar através dele e descobrir o mundo. Esse número, considerado tão irrelevante por muitos, evidencia a grandiosa extensão da matemática, e ela, por sua vez coloca em evidência a natureza complexa das coisas. Segundo Kaplan, todas as maravilhosas ferramentas da matemática giram em torno do menor dos eixos, o zero.
A intrigante trajetória desse número, ao longo do tempo e do pensamento, é cheia de dissimulações e troca de identidades. De acordo com os estudos de Robert, o zero surge tardiamente, entre os sumérios, e nos séculos seguintes é modificado por acaso, e assim desaparece, para depois ressurgir transformado. Ele ainda destaca que, para alguns, o poder do zero era visto como divino, para outros ele era diabólico. O zero surge e desaparece entre os gregos, vive tranquilamente na Índia, sofre crises de identidade ocidentais e depois de Newton, ele emerge com toda a sutileza e complexidade da nossa época.
O autor apresenta a idéia de que o número zero é como um nada, que na verdade é alguma coisa, como o precursor de todos nós e como o enigma supremo.
À medida que avançamos na leitura, vimos que a evolução dos símbolos e significados do zero, foi fundamental para o desenvolvimento e a prática da matemática, entre diálogos, suposições, confirmações e pensamentos lógicos.
Robert ainda destaca que a matemática é uma atividade que trata da atividade, ela não chegou ao fim, embora a história do zero a rotule como terminada. O zero não representa o fechar de um círculo, e sim uma passagem.
Embora o capítulo Zero seja o primeiro, e tenha pouco mais que duas páginas, Robert consegue cativar o leitor e incentivá-lo à leitura, falando sobre o amadurecimento da matemática no passar do tempo, envolvendo a sua história, as contribuições e mudanças. Diante dessa análise, acredito que o livro pode contribuir muito para quem gosta e tem interesse na história da matemática, principalmente aos professores, que devem conhecer a origem daquilo que ensinam.

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